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Heverton

A espetacularização do racismo

Atualizado: 13 de nov.



Não era de se esperar que o resultado da premiação da bola de ouro seria o mais injusto possível. A tática dos críticos sempre funcionou da seguinte forma: ignorar os apelos populares e seguirem com o seu orgulho e assim foi feito ao escolherem, da maneira mais aleatória possível, dar a bola de ouro ao Rodri, ao invés de Vini Jr. que foi destaque em tudo que participou. Isso só prova duas coisas: a credibilidade de uma premiação organizada por uma revista francesa (não vamos esquecer de como fomos assaltados em Paris nas olimpíadas e até mesmo nas paralimpíadas em vários esportes) nunca foi de confiança e Cristiano Ronaldo já tinha mandado o recado, e que se um negro não abaixar a cabeça por todo o racismo, os brancos agirão de todas as formas possíveis para se livrar.


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Foto original (tire suas conclusões)


É impossível não deixar passar o quanto a France Football se esforçou ao tentar ridicularizar e apagar os feitos do Vini Jr., seja por piadas na transmissão oficial, seja por cortar ele de uma foto de elenco do Real Madrid, seja por esconder os seus lances e assistências na Liga dos Campeões da UEFA, vestindo a amarelinha em vídeos retrospectos ou até mesmo ter montado um teatro, com direito a plateia e tudo para transformá-lo em um meme e assim circular em grupos de gringos e até mesmo de rivais do Flamengo para usar a imagem de uma possível reação de frustração do Vini com o anúncio do Rodri sendo o melhor do mundo de 2023/24.


A peça já estava montada. O ator do espetáculo, o único jogador africano bola de ouro George Weah, já havia sido contratado pela organização para fazer o esperado anúncio aguardando também a sua reação de ironia e frustração com o Vini não ser o escolhido, mas o plano da FF falhou, já que alguns dos assessores do Manchester City informaram ao Real Madrid da injustiça que seria cometida na noite de ontem. E assim, Florentino Pérez, presidente do Real fez, em ato de protesto, mandou o time não enviar seus representantes, inclusive o Vini.


O público no geral discordou totalmente do resultado. Rodri foi recebido com vaias e gritos de protesto no tapete vermelho. Ao receber o prêmio, ouviu o nome do Vini ser acionado na plateia, mas sendo interrompido pelos aplausos, que deveriam ser substituídos por vaias. O preconceito fica escancarado até na fala de Rodri, dizendo que o futebol venceu. Venceu em o que? De ver um negro sul-americano e brasileiro levantar a bola de ouro e calar a boca de muitos racistas? É esse o futebol que queremos? Onde torcidas podem vomitar racismo, xenofobia e homofobia à vontade e a vítima precisa baixar a cabeça? Isso é certo?




O ridículo da FF foi tanto que nem o estagiário soube dizer quem é Rodri, confundo-o com Ruben Dias, jogador português do Manchester City e colega do "melhor do mundo", atual campeão mundial. Tirando botafoguenses em sua maioria, alguns vascaínos, alguns tricolores, fãs do jogador citado e campeão do prêmio, torcedores do Manchester City e fãs do Lionel Messi, o mundo sabe que o prêmio é de Vini Jr. e o Flamengo, junto com a nação rubro negra no geral, jamais soltou e jamais irá soltar a mão do Vini e isso não é o clube querendo fazer a história ser sobre ele, o Vini veio do Flamengo. Diferentes de jornalistas brasileiros, onde só vimos pouquíssimos decepcionados, a nação sempre esteve e estará do lado de Vinícius José Paixão de Oliveira Júnior.


A luta contra o racismo não irá parar. Junto de Vini, também estaremos ao lado do Endrick, Estevão, Vitinho e de vários jogadores negros, independente do time que vieram e de outros países, nesta batalha e quem sabe, alcançar novos patamares e incomodar cada vez mais os racistas. Hoje, vocês venceram essa rodada com uma premiação ridícula, podem continuar vencendo e debochando da gente, mas amanhã, vamos crescer cada vez mais e passar por cima de todas as injustiças. Também pedimos uma manifestação formal do governo federal, via presidente Lula, e conceda a medalha de Honra ao Mérito, a mais alta honraria concedida por um chefe de estado, ao Vini Jr., ele é uma das figuras mais importantes do país, principalmente na luta contra o racismo.


Sobre o autor


Heverton Rubens

Paraense de 24 anos, é Coordenador do Camisa 24 e do Orgulho Torcedor. Tecnólogo em Análise de Sistemas pela UNAMA, é torcedor do Flamengo desde 2009 e esteve afastado entre meados de 2020 a setembro de 2023, mas ainda acompanhando o time de longe. É integrante de uma das frentes democráticas do Flamengo, que lutam pela democracia, popularização e diversidade no esporte cujo nome não será citado, pois as opiniões expressas no Camisa 24 não representam nenhum partido, coletivo, entidade ou coisa do gênero. Representam apenas a opinião de quem as escreve, no caso, o nome citado ali.

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