Não se sabe nem há quanto tempo o Vasco da Gama disputava uma semifinal de Copa do Brasil desde o último título em 2011. Mas, uma equipe que já era muito desacreditada ter chegado tão longe... É muita coisa, concordam? Pois bem, no final do jogo de volta na noite desde sábado (19), o placar ficou 1x1 e fez o Atlético Mineiro chegar a mais uma decisão com um 3x2 no agregado. Muito bem, frustação em São Januário, mas que terminou com aplausos da própria torcida.
Por um lado, romantizar derrota é reconhecer o próprio fracasso, muitos torcedores odeiam isso, por outro, aplaudir o esforço de um time desacreditado já é um sinal de agradecimento, mas que deixa o clima de "não é adequado". Mas, uma cena chamou a atenção após o jogo. O jogador argentino Vegetti surgiu, perante as câmeras, chorando compulsivamente após ver a derrota do Vasco. Uma cena dessas é raríssima de se ver no futebol brasileiro, pode ser alvo de piadas? Claro, mas é inegável que isso signifique o peso da camisa que veste e observar todo o trabalho indo em vão.
As lágrimas do Vegetti, um craque pelos vascaínos, mostra o que falta aos jogadores brasileiros e que esta cultura corre perigo de desaparecer dentro do Flamengo. Amor ao time que joga. Não raramente, só vê argentinos cabisbaixos com maus resultados. É comum dentro do Flamengo a gente ver por exemplo, o goleiro Rossi irritado com as vaciladas do time e no São Paulo, o atacante Calleri sofrer depois de perder um pênalti importante. Mas a pergunta que fica é: porque jogadores brasileiros e até mesmo uruguaios, preferem lançar textos robóticos do que demonstrar as suas emoções em campo? É muito fácil ficar de boca aberta e olhar com cara feia nas câmeras, mas mostrar decepção com todo trabalho jogado fora, isso a gente não vê.
Não é vergonha chorar compulsivamente após a derrota, isso é competência, é mostrar que não veio ao Brasil só para ter o dinheiro na conta todo fim do mês e acho que muitos jogadores brasileiros precisam aprender com Vegetti, Rossi e Calleri a vestir o manto.
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