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Foto do escritorJornalista Camisa 24

Textor põe seu ego à frente da Glória Desportiva Alvinegra



A enxurrada de acusações feitas por John Textor, dono da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Botafogo, sobre a perda do título do Campeonato Brasileiro no ano passado, levanta uma série de inconsistências e questionamentos importantes. Ao invés de focar nas falhas internas, especialmente nas escolhas equivocadas após a saída de Luís Castro, Textor parece buscar culpados externos, desviando a atenção das reais causas da queda de produção do time. O dono da SAF do Botafogo ainda escorregou diversas vezes no machismo, ao atacar Leila Pereira, presidenta do Palmeiras, durante esse processo.


Inconsistências nas Acusações de Textor


John Textor afirmou, de maneira vaga e sem provas substanciais, que o campeonato foi manipulado contra o Botafogo, sugerindo que forças externas — incluindo a CBF e o Palmeiras — estariam influenciando os resultados. No entanto, essas alegações soam mais como uma tentativa desesperada de justificar a perda de um título que parecia certo do que como uma denúncia legítima. Afinal, como explicar que o time que liderou o campeonato com folga por tantas rodadas simplesmente colapsou nas últimas fases? A resposta é mais simples do que as complexas teorias conspiratórias: o Botafogo foi vítima de sua própria gestão esportiva, especialmente após a saída de Luís Castro.


Quando Luís Castro deixou o comando técnico para assumir o Al Nassr, do futebol saudita, o Botafogo perdeu seu principal mentor tático. As escolhas de Textor para substituí-lo foram, no mínimo, desastrosas. A aposta inicial em Bruno Lage revelou-se um fracasso, com o time caindo rapidamente de rendimento e perdendo a consistência que havia demonstrado sob o comando de Castro. Lage, que chegou com uma proposta tática confusa e pouco adaptada ao elenco, não conseguiu dar continuidade ao trabalho bem-sucedido que vinha sendo realizado. A falta de resultados pressionou o clube a mudar novamente, gerando uma instabilidade técnica que desestabilizou o elenco. Portanto, ao invés de apontar o dedo para fatores externos, é preciso reconhecer que as escolhas feitas por Textor após a saída de Luís Castro foram a verdadeira causa da derrocada do Botafogo no Brasileirão.


A Relação de Textor com Leila Pereira: Ataques Machistas?


Um ponto que não pode ser ignorado é como John Textor constantemente ataca Leila Pereira, presidenta do Palmeiras. Leila, a única mulher no comando de um clube da Série A do Campeonato Brasileiro, é frequentemente alvo de críticas que, muitas vezes, soam mais como ataques pessoais e preconceituosos do que críticas legítimas à sua gestão. Embora Textor tenha sido vago em suas acusações sobre uma suposta manipulação no campeonato envolvendo o Palmeiras, a repetição de ataques a Leila levanta questões sobre a presença de um viés machista. Leila é uma figura de destaque e, como mulher em uma posição de poder no futebol, já enfrenta resistências naturais em um ambiente historicamente dominado por homens. O fato de ser constantemente atacada por Textor — sem bases sólidas — não pode ser separado de uma possível tentativa de deslegitimá-la por ser mulher em um cenário tão masculinizado.


Além disso, o fato de Textor, sendo dono de um dos clubes mais tradicionais do Brasil, direcionar sua frustração para a única presidenta de um clube grande levanta uma questão maior sobre o lugar da mulher no futebol. Ao invés de reconhecer os méritos do Palmeiras, que construiu uma equipe forte, competitiva e vencedora nos últimos anos, Textor parece preferir mirar sua ira em Leila, em uma atitude que ecoa o machismo estrutural presente na sociedade — e especialmente no futebol. Enquanto ele aponta o dedo, tenta ofuscar sua própria responsabilidade no fracasso de seu time.


Ego Ferido: Textor e o Brasileirão


Outro ponto que merece ser analisado é a declaração de Textor, dada há poucos dias, de que se tivesse que escolher apenas um título para o Botafogo, seria o Campeonato Brasileiro, e não a Libertadores. Esse comentário expõe um ego ferido e uma visão de curto prazo sobre o futebol. Ao optar pelo Brasileirão, Textor ignorou a importância histórica da Libertadores, um título que o Botafogo jamais conquistou e que, além de proporcionar grande prestígio internacional, garante vaga para o Mundial de Clubes. A obsessão de Textor com o título nacional, embora compreensível, parece mais motivada pela necessidade de garantir sucesso imediato para sua gestão do que por um projeto esportivo de longo prazo.


Além disso, essa declaração evidencia a fragilidade da mentalidade esportiva que ele tentou implementar no Botafogo. Um clube que pensa grande não pode se contentar apenas com o sucesso local. A Libertadores é o grande sonho de qualquer clube sul-americano, e Textor, ao minimizar a importância desse torneio, revela um despreparo para liderar um projeto esportivo ambicioso. Ao invés de ter uma visão integrada, que contemple tanto o sucesso nacional quanto o internacional, Textor parece mais focado em responder às críticas imediatas e às expectativas de curto prazo dos torcedores e da imprensa. Ou ainda dar respostas a si mesmo, como se estivesse corrigindo o erro passado e se livrando dessa sombra.


A queda do Botafogo no Brasileirão do ano passado não foi culpa de uma conspiração externa ou de uma trama oculta. O verdadeiro problema esteve dentro do próprio clube, nas decisões tomadas pela diretoria e, principalmente, por John Textor. Após a saída de Luís Castro, faltou planejamento, faltou continuidade, e faltou a humildade de reconhecer que o caminho escolhido foi equivocado. As constantes trocas no comando técnico desestabilizaram o elenco, e a falta de um projeto de longo prazo prejudicou seriamente as chances de sucesso do Botafogo.


O Botafogo, como instituição centenária e um dos clubes mais respeitados do futebol brasileiro, merece mais do que teorias conspiratórias e justificativas superficiais. Merece um planejamento sério, focado em resultados esportivos consistentes e em conquistas que coloquem o clube de volta no topo, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Textor precisa entender que o futebol brasileiro vai além do imediatismo e das respostas rápidas às frustrações. Uma gestão competente exige paciência, visão de longo prazo e, acima de tudo, a capacidade de assumir responsabilidades quando as coisas não saem como o planejado.


Atacar dirigentes rivais e buscar bodes expiatórios externos não trará os títulos que o Botafogo deseja. O que trará sucesso será um projeto sólido, consistente e liderado por quem entende as particularidades do futebol brasileiro.

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